terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Filosofia para crianças e adolescentes

 "Para introduzirmos a filosofia aos mais novos, de forma a que aprendam a pensar pela sua própria cabeça, existe um método simples e estimulante.

Em primeiro lugar, o adulto deve escolher um tema. (...)

Em segundo lugar, o adulto tem de resistir à tentação de transmitir qualquer conhecimento às crianças, que é o que acontece normalmente nos sermões que pais e professores tanto gostam de dar - ou seja, impondo a sua opinião pessoal. Só que a Filosofia é uma disciplina muito diferente das outras que as crianças aprendem na escola. Na Filosofia não existem resposta certas, como acontece em Matemática, História ou Geografia." (...)

"Em vez de transmitir conhecimento ou opiniões, o adulto deve ajudar as crianças a desenvolver um pensamento pessoal, um espírito crítico, uma capacidade de raciocinar sem recorrer a crenças e opiniões - aprendendo a escutar os outros, a dialogar, a argumentar.

Em terceiro lugar, a criança deve aprender a dar a sua opinião mesmo quando esta é contrária à de outro membro da família. Isso deve ser feito da seguinte forma: esperar pela sua vez de falar, depois olhar nos olhos do outro e dizer "Não estou de acordo contigo, porque...", fundamentando a sua opinião mas respeitando a do outro! Esta regra ensina à criança o respeito pela sua própria opinião e pela do outro, mas também a dar opiniões fundamentadas, em vez de se inibir ou de dar respostas fracas. Escusado será dizer que esta regra também terá de ser respeitada pelo adulto, para que a criança lhe siga o exemplo! (...)

..."filosofar é fazê-lo sentir, ensiná-lo a libertar as palavras e os pensamentos, abrir-lhe o espírito e o coração." (...) " Quando deixamos as crianças voar, elas acabam por oferecer-nos respostas mágicas, verdadeiras pérolas de sabedoria." (...)

"É sabido que a forma de falar influencia fortemente não apenas o ambiente emocional da família mas igualmente o desempenho escolar dos mais novos! (...)

"Porque muitas vezes foram mandadas calar em vez de serem escutadas e foram criticadas por terem interrompido uma conversa. (...) E talvez seja por estas e por outras razões que um dos maiores medos que têm -tal como muitos adultos - seja o medo de falarem em público." (...)

"A oratória tem de possuir um estatuto igual ao das competências de leitura e escrita no programa educativo nacional!

Crianças e adolescentes que dominam a arte da oratória e que aprendem a comunicar de forma eficaz são mais bem avaliados na escola, nas suas profissões, e acabarão por ter um impacto mais marcante na sociedade." (...)

É necessário que tanto pais como professores se tornem emocionalmente inteligentes e passem a educar mais com o coração do que com a mente, pois se essa aprendizagem for forçada pelos adultos, a curiosidade deixa de vir de dentro e desaparece. E, dessa forma, a criança deixa de se maravilhar e aprender."


Retirado do Livro: "Coaching emocional para pais", escrito por Cristina Valente

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