domingo, 27 de agosto de 2023

Convite à reflexão

 "Nós, seres humanos, somos, por vezes, bem estranhos!

Ao longo de nossa vida obedecemos à vontade dos nossos pais, mais tarde dos nossos professores, mais tarde dos nossos patrões, e até à do nosso coração… mas quando realmente nos preocupamos em conhecer e cumprir o desígnio de Deus, o nosso propósito de vida, a nossa missão de Alma?
Tantas vezes, Deus, que dizemos amar e procurar, surge em nossas vidas e nos diz: “Eis-me aqui, vêm, retorna a Casa!” E nós, quantas vezes nos ouvimos exclamar, incoerentemente: “Nem pensar! Deixa-me ainda procurar por ti!”.
No entanto, não há porque adiar. É HORA!
O único momento é, sempre foi, e sempre será, AGORA! Por isso, já dizia Jesus: “Aquilo de que estais à espera já chegou, vós, porém, não o reconheceis”.
Infelizmente, ao querermos sempre apanhar a próxima carruagem, estamos constantemente de partida e acabamos por não irmos a parte alguma.
Por isso, o mundo está cheio de promessas não cumpridas, de decisões eternamente adiadas, de esperanças que colocamos no nosso caminho como se coloca uma inalcançável cenoura diante do burro para fazê-lo avançar mais um passo, dia após dia, até à morte que sela uma vida vã.
Já Fernando Pessoa, o profeta do "Quinto Império", perguntava: “Quem vem viver a Verdade que morreu?” Ninguém respondeu ao seu repto... Nem ele mesmo!
Pois é, muitos falam do Caminho! Mas quantos estão realmente no Caminho, não em pensamento, em reflexão, em meditação, em palavras sentidas e partilhadas, mas em palavras tornadas VIDA, em palavras VIVIDAS numa total coerência?
Sinceramente, pouco importa quem, pouco importa quantos, pouco importa que o próximo, o irmão, o amigo, o familiar, o conhecido ou o desconhecido, estejam trilhando ou não esse caminho "de descaminho do mundo" que nos leva ao Retorno, a Deus para além de Deus. Só importa olharmos para nós mesmos e perguntarmo-nos: Quem sou eu em verdade? Quem é aquele que coloca esta pergunta? O que é Deus em verdade? Qual o sentido da vida? O que estou fazendo da minha vida?
Se não encontrarmos, em primeiro, uma resposta a estas questões, qualquer trilhar espiritual não passará de um edifício sem alicerce que, mais cedo ou mais tarde, ruirá sobre si mesmo levando-nos, com seus escombros, numa morte que soará como um gongo final sobre uma vida vivida em vão. Uma vida morrida e não vivida como diriam, em sua linguagem, os sábios do sertão.
Sem antes encontrarmos em nós o “Lugar da Vida” (pelo qual seremos, um dia, inquiridos pelo ancião dos dias) a vida não terá sentido nem se cumprirá nela mesmo. Esse é seu paradoxo.
Com meu fraterno abraço, deixo-vos aqui, mais este convite à reflexão."
SOHAM Jñana